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Scientia Vinces

  • Vitor Muniz
  • 27 de abr. de 2015
  • 3 min de leitura

DE TODOS!


A Universidade de São Paulo (USP) é uma das três universidades mantidas pelo Governo do Estado de São Paulo juntamente com a UNESP e UNICAMP. Teve sua fundação em 1934 pela orgulhosa burguesia paulista derrotada no golpe de 32 sobe a bandeira “Vencerás pela ciência”. Triste costatação de que esse lema continua verdadeiro após 81 anos de existencia. Pela ciência nós tornamos uma das maiores universidades do globo e pela ciência continuamos a ser a mesma universidade criada pela burguesia para atender os interesses da burguesia.

É inegável a elitização da USP, uma universidade para poucos e de poucos. Poucos negros, poucos índios, poucos pobres. Uma universidade pública em um país onde mais de 50% (segundo ultimo senso do IBGE) da popução é preta ou parda somente 7% da comunidade discente pertencer a essa etinia é o reflexo da sociedade racista já observada pelo Ex presidente da República Fernando Henrique Cardoso. Racismo é mais do que a violência verbal ou fisica discriminatória, é também a violência social e exclusivista, é ser o único preto em uma sala de 100 pessoas de uma Universidade pública como denunciou um estudante da FEA não identificado durante uma ação da Ocupação Preta em um vídeo que viralizou nas redes durante as últimas semanas.


A Folha de São Paulo denunciou no final de 2014 que metade dos ingressantes da USP esta entre os 20% mais ricos do Brasil. Metade. Uma elite que esbaja racismo, homofobia e machismo. Não é dificil professores da Faculdade de Odontologia da USP (FOUSP) alertar suas alunas para se vestirem de maneira recatada, pois caso elas sejam atacadas por um paciente por estar usando roupas inadequadas com decotes ou transparências a culpa e a responsabilidade será exclusiva da aluna e ele não poderá fazer nada. Caso corriqueiro dentro da USP e uma manifestação relativamente leve de machismo se comparado aos escândalos de estupros que se deu inicio na Faculdade de Medicina e rapidamente se espalhou pelo campus gerando a necessidade da abertura de uma CPI para a apuração de tantas “eventualidades”.


Contudo, existe um campo que ironicamente condiz com as estatisticas populacionais brasileiras, até as supera. Enquanto encontramos somente 7% de negros e pardos dentro das salas de aulas e laboratórios, fora deles nos corredores, cozinhas, banheiros e guaritas achamos uma população de trabalhadores terceirizados que em sua esmagadora maioria são pretos e pardos. Os funcinários da USP atualmente enfrentam a realidade do desmonte da Universidade de São Paulo com o fechamento do bandejão da prefeitura, da creche e a desvinculação do HRAC e são esses funcionários os que mais sofrem com essa triste realidade. Os cortes de despesas juntamentente com o desmonte da universidade também levou a criação do PIDV o Plado de Incentivo a Demissão Voluntária, um desrrespeito com os funcionários e uma vergonha para a instituição.


É lamentável a crise política e social da USP que se esconde atrás da sua excelencia em ensino e de uma falha meritocracia que somente faz a manutenção dos provilégios das classes mais abastadas. É uma vergonha para mim como aluno ter que ver a humilhação, o machismo e a homofobia ser perpetuada sobre a bandeira da tradição, a tradição da desumanidade. A tradição de trotes violentos e vechatórios e que mais de uma vez terminaram em atos criminosos. É estarrecedor saber que isso é a vitória da elite sobre o povo pela flámula da ciência, que em vez de unir, segrega; em vez de educar, deturpa; em vez de politizar, aliena; em vez de ouvir, cala; em vez falar, se omite; em vez de abrir os olhos, os fecha.

 
 
 

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